Monday, January 16, 2012

Amor de irmã


Quando deixei o Brasil, minha irmã ainda batia no meu ombro e eu a via como minha “bebezinha”. Qual não foi a minha surpresa quando vi aquela boneca correndo ao meu encontro no aeroporto quase 1 ano depois? Parecia uma miragem. Eu custei a acreditar no que os meus olhos estavam vendo: Era ela em carne e osso, aqui, do outro lado do mundo! E como estava bela... aliás, como ela conseguiu ficar mais bela do que já era??? E eu achava que isso era impossível... mas ela conseguiu! Além disso, ela estava do meu tamanho e até ligeiramente maior, mesmo eu sendo 10 anos mais velha. Meu Deus, como os dias passam e as coisas mudam, menos o semblante angelical, ele sim, continuava intacto.

Esses dias foram simplesmente perfeitos. Não se trata de eu ser uma “irmã coruja”, é algo que transcende até mesmo a minha compreensão. Eu já nem lembrava mais que tinha tanto amor pra dar e até agora não sei como minha irmã conseguiu reativar esse vulcão em mim. Fiquei surpresa comigo mesma, era como se, de repente, minha consciência tivesse sido ampliada de forma que eu conseguisse captar e apreender toda a dimensão e profundidade desse sentimento. Ao lado dela eu me sentia demasiadamente viva... e ela parecia sentir o mesmo, o que me deixava irreconhecivelmente feliz. O tempo todo nós duas estávamos em perfeita sintonia a ponto de uma antecipar as palavras, ações e risadas da outra.

Também não posso negar que ela me pegou desprevenida muitas vezes pois quando eu menos esperava, ela me abraçava afetuosamente e vinha com frases do tipo: “Momô, eu te amo tanto, preciso tanto do seu carinho, olha pra mim.” Mas a verdade é que ela nem precisava ir muito longe pros meus olhos ficarem marejados... E era só eu começar, que nós duas desembestávamos a chorar e ali ficávamos atracadas entre afagos e soluços.

O que mais me espanta na minha irmã é a facilidade com a qual ela sabe expressar seu amor e vulnerabilidade. Sem rodeios, ela deixava bem claro que era dependente do meu carinho, da minha atenção, do meu abraço, do meu toque, do meu calor. E apesar de nem sempre usar palavras, o tempo todo ela me despia e me desarmava de tal forma que eu só tinha uma única opção: me render. E que coisa boa foi me render aos seus encantos, minha irmã, pois enquanto desfrutávamos da companhia uma da outra, você era toda olhos e ouvidos para mim.

Não só o seu corpo estava ali, mas também a sua alma. O seu mundo se resumia a nós duas e suas expectativas pareciam girar apenas em torno da nossa realidade, o que fazia com que eu tivesse uma vontade louca de fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para te ver sorrir. Queria te dar minhas melhores roupas, pintar suas unhas, pentear o seu cabelo, te dar banho, te maquiar, fazer sua comida, te ninar até você pegar no sono, comprar todos os materiais escolares da Sirotan, ser sua fotógrafa particular, personal stylist, babá, conselheira, etc. Eu sei que de repente eu poderia até estar te fazendo mal: te mimando ou deixando mal acostumada, mas a única coisa que eu queria era encontrar maneiras de expressar meu amor. Só consegui freiar toda essa ânsia quando você disse: “Mô, chega de me dar presentes, não tem mais espaço na minha mala e você está ficando sem suas coisinhas, depois você vai se arrepender...” rs.

Quando perguntei à minha mãe: “Que amor é esse?” Ela logo rebateu: “Você ainda não viu nada, você não sabe o que é amor de mãe.” Eu logo pensei: “Se não faço idéia do amor de mãe, quanto mais do amor de Deus”. Daí emendei: “Será que vou conseguir amar um filho assim, na mesma proporção em que amo a Juju?” Então minha mãe soltou uma gargalhada daquelas que só os veteranos na vida conseguem soltar...



Te amo muito minha branquelinha >.<"

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Mo aqui é a juju... Queria saber escrever tão bem assim para também expressar o que sinto por você.. muuuuuuito lindo, até chorei, obrigada. Te amo muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito!
saudades, beijooos
-juju <3

6:51 pm  
Blogger Daniela Beck said...

Que lindo!!! Ai como eu queria ter uma irma. Eres abencoada! Como ela esta grande, eu lembro dela tao pequenina. O tempo passa rapido :)
Quanta neve ai!

7:47 pm  
Anonymous Andrea Vasconcelos said...

É muito bom ter irmã!!! a minha é super tudo também, minha mulher maravilha admirável!!! tão logo, se não já, estará sendo apreciada assim também pela Juju!
Beijos

11:57 am  

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