Sunday, December 11, 2011

Ah... o Natal...

Não é novidade pra ninguém que no Japão o Natal não é uma data expressiva como é no Brasil, mas nem por isso ele passa batido aqui. Apesar de não ser muito celebrado entre as famílias, ainda subsiste nessa época uma atmosfera toda especial que Buda nenhum consegue ofuscar. Não estou falando de luzes natalinas ou enfeites, pois eles estão em todo lugar, já que trata-se de uma data comercial fortíssima. Estou falando de pessoas cheias do amor e do espírito santo que não se conformam apenas em ir para igreja “esquentar o banco”. Estou falando de pessoas, que mesmo sendo poucas, ainda se importam com a alteridade e sabem que podem semear algo de bom onde quer que estejam, pois a força que as impulsiona, não está nelas, mas no a autor da criação.

Hoje eu senti isso de uma forma poderosa. Estávamos em poucos (comparado aos eventos faraônicos que fazíamos no Brasil), mas foi nesse pouco que Deus operou. Saímos todos pela vizinhança com gorrinhos de “Papai Noel” entoando louvores natalinos. De repente, das janelas e sacadas dos condomínios brotavam pessoas, famílias e crianças - algumas das quais nos acenavam e outras que arriscavam descer em meio à noite congelante para sentir de perto, o calor que emanava de nossos louvores.

Mas inesquecível mesmo foi cantar no asilo aqui pertinho de casa. Sei que muitos daqueles velhinhos estão simplesmente jogados e abandonados por suas famílias naquele lugar. Não quero de forma alguma culpar a família displicente, pois já sabemos que nesse mundo escravizado pelo amor ao dinheiro, ninguém tem muito tempo para velhos e crianças. O filme “Hanami, cerejeiras em Flor”, por exemplo, ilustra muito bem essa questão. Enfim... foi olhando nos olhos de cada velhinho, que eu pode perceber quão profunda era a fome e a sede espiritual que tinham. Alguns até estendiam as mãos como quem pede para ser tocado, na ânsia de receber algum toque, alguma migalha de afeto, algum carinho. Tive que engolir a seco uma dessas cenas e continuar cantando, apesar dos olhos marejados.

Sei que não tenho poder para mudar certas realidades sozinha, mas meu consolo é saber que eu fiz o que estava ao meu alcance da melhor maneira possível, e o fiz com todo o meu coração. Durante aqueles poucos, mas intensos minutos que passamos lá cantando, sei que aquelas almas, de alguma forma puderam experimentar o amor que só existe em Jesus, bem como seu perfume e a suavidade de seu toque. Cabe a mim e a cada uma dessas pequenas andorinhas, continuar voando na floresta da desesperança chamada mundo, espalhando a mensagem de novidade de vida. Quem sabe assim um dia elas reconheçam que o melhor presente de Natal que alguém pode receber é Jesus reinando em seus corações!

Abaixo os vídeos da gente cantando hoje no asilo:




P.s: Eu apareço ao lado do senhor de blusa verde e atrás do meu amigo cotoquinho, o Kenji.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home