Borboleta
Cansada de perder-me em mim e me afundar mais cada vez, resolvi abandonar-me e despedir-me de mim mesma. Não dava mais para convivermos assim. Fiz do meu corpo uma masmorra fétida que aprisionava meu espírito. Só olhava para pro meu umbigo, para as minhas crises, meus problemas e para as minhas neuroses. Foi assim, saturada de mim que enfim abandonei o casulo do meu corpo. Não me conformava com aquela realidade tão asquerosa e cheia de desilusão, havia cansado daquela vida de lagarta. As outras lagartas caçoavam de mim, diziam que eu estava louca e que aquela era a única realidade que existia, que não havia nada além daquilo. Apontavam a minha feiúra, minha natureza destrutiva e miserável. Eu, porém, decidi me preocupar apenas com as coisas eternas e imutáveis, elevei meus olhos ao céu, resolvi não dar ouvidos ao que elas diziam. E quanto mais eu resistia ao sarcasmo e incredulidade delas, mais eu sentia algo emergir e explodir no meu peito. Resisti firme, até as minhas lágrimas me cobrirem de dor. Agora, posso finalmente dizer pertenço à uma nova natureza, sou uma flor alada e posso voar pelo céu em movimento pois no fundo, eu sempre soube que pertencia a algo maior.
1 Comments:
Oieee Brabuletaa!!
saudade cósmica de vc isso sim!
adorei seu texto!!
como vc tá?!
nem tem mais ninguem pra conversar em códigos ultra-sônicos comigo =,(
cucubuçubu?
bjoss =P
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