Laranja Mecânica
A perversidade é um mal que não nasceu do descuido ou da imprudência, mas que foi cometido com perfeita razão da falta de moral que ela incorpora.
(Immanuel Kant.)
Agi como um prisioneiro com liberdade restrita que faz sem punição o que não é permitido, para dar a mim mesmo uma impressão de que possuia uma frágil aparência de onipotência. Assim era meu coração, oh Deus, assim era meu coração. Tu tiveste piedade quando ele estava no fundo do abismo. Tornei-me maligno sem motivo. Tornei-me maligno porque quis.
Aqui está um escravo fugindo de seu senhor, ansiando por uma sombra (Jó 7.2). Que podridão! Que vida monstruosa e que abismo de morte! Seria possível ter prazer no que era ilícito por nenhum outro motivo senão porque não era permitido?
Eu não tinha motivo para minha malignidade a não ser a própria malignidade. Fui maléfico, e amei sê-lo. Amei a auto-destruição. Amei a minha queda, não o objeto pelo qual eu caíra, mas a queda em si. Minha alma depravada saltou de teu firmamento para a ruína. Estava buscando não ganhar alguma coisa por meios vergonhosos, mas a vergonha por ela própria.
(Agostinho.)
As regras do jogo ético são claras e quem é honesto consigo mesmo sempre conhece o peso específico de cada ato seu. Para ele, não há justificativas freudianas; só existem mentiras. E mais, o mal nunca é banal; mas sempre radical. Crimes de menor potencial ofensivo, podem ser insignificantes no que tange as conseqüências, mas a motivação que subjaz a elas não é muito diferente do que a que nos empurra para crimes horrorosos.
Nós amamos o mal em si. E as nossas faltas nunca estão, verdadeiramente, escondidas. A predisposição de fazer os outros sofrerem, de destruir, é uma parte integral de nossa natureza. Porque sem dúvida obedecemos uma inclinação para errar. Porque mesmo quando penso que minhas intenções são boas, sou capaz de ser para alguém o que meus torturadores foram para mim.
Como então acertar o equilíbrio entre o desejo de sempre fazermos o que queremos e o preço que esta liberdade custa para os outros? As respostas que as sociedades humanas dão a esses questionamentos determinam o seu caráter e o seu perfil.
Deus caminha em nossos jardins secretos e o Seu espírito paira sobre nossos abismos. Ele vê, lembra e acerta contas. O que persiste no pecado ou peca conscientemente, ocasiona sua própria ruína em nome de um desejo impossível e absurdo de liberdade.
(Aviad Kleinberg.)
(Immanuel Kant.)
Agi como um prisioneiro com liberdade restrita que faz sem punição o que não é permitido, para dar a mim mesmo uma impressão de que possuia uma frágil aparência de onipotência. Assim era meu coração, oh Deus, assim era meu coração. Tu tiveste piedade quando ele estava no fundo do abismo. Tornei-me maligno sem motivo. Tornei-me maligno porque quis.
Aqui está um escravo fugindo de seu senhor, ansiando por uma sombra (Jó 7.2). Que podridão! Que vida monstruosa e que abismo de morte! Seria possível ter prazer no que era ilícito por nenhum outro motivo senão porque não era permitido?
Eu não tinha motivo para minha malignidade a não ser a própria malignidade. Fui maléfico, e amei sê-lo. Amei a auto-destruição. Amei a minha queda, não o objeto pelo qual eu caíra, mas a queda em si. Minha alma depravada saltou de teu firmamento para a ruína. Estava buscando não ganhar alguma coisa por meios vergonhosos, mas a vergonha por ela própria.
(Agostinho.)
As regras do jogo ético são claras e quem é honesto consigo mesmo sempre conhece o peso específico de cada ato seu. Para ele, não há justificativas freudianas; só existem mentiras. E mais, o mal nunca é banal; mas sempre radical. Crimes de menor potencial ofensivo, podem ser insignificantes no que tange as conseqüências, mas a motivação que subjaz a elas não é muito diferente do que a que nos empurra para crimes horrorosos.
Nós amamos o mal em si. E as nossas faltas nunca estão, verdadeiramente, escondidas. A predisposição de fazer os outros sofrerem, de destruir, é uma parte integral de nossa natureza. Porque sem dúvida obedecemos uma inclinação para errar. Porque mesmo quando penso que minhas intenções são boas, sou capaz de ser para alguém o que meus torturadores foram para mim.
Como então acertar o equilíbrio entre o desejo de sempre fazermos o que queremos e o preço que esta liberdade custa para os outros? As respostas que as sociedades humanas dão a esses questionamentos determinam o seu caráter e o seu perfil.
Deus caminha em nossos jardins secretos e o Seu espírito paira sobre nossos abismos. Ele vê, lembra e acerta contas. O que persiste no pecado ou peca conscientemente, ocasiona sua própria ruína em nome de um desejo impossível e absurdo de liberdade.
(Aviad Kleinberg.)
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