Quem Semeia vento colhe Tempestade

Com a respiração ofegante, a boca entreaberta aguarda a língua tocar os dentes.
Enquanto isso sangue sobe quente ao rosto e as primeiras sílabas se formam
inflamadas, regidas por um coração acelerado. As pupilas se dilatam, os punhos se
fecham... Há um segundo, tudo estava em paz.

E pensar que foi num piscar de olhos! Mas agora suas palavras já se tornaram armas.
Está consumado. O seu veneno foi destilado, a sensação de alívio foi imediata. Agora,
a sua vítima agoniza.

O ímpeto animal esfria, a razão emerge e a consciência ofusca. No dia seguinte você
acorda, nem se lembra direito das coisas que disse. Disse por dizer, meio que da
boca pra fora. Mas daqui para frente, as coisas serão diferentes.