Cultura de Massa e Sociedade Individualista
As publicidades atuais oferecem propostas irrecusáveis. O receptor é estimulado a sair do comodismo e convidado a descobrir-se como indivíduo; Sua força reside na capacidade de fazer uma escolha e tomar uma decisão: Comprar ou não comprar, eis a questão! A propaganda seduz com sua auréola divina e impõe sutilmente a necessidade de mudança. Valores como “ter e ser” unem-se com um banho de imagens. O que perderia alguém que se propõe a consumir a realidade? Se tudo é feito visando o bem-estar pessoal, então não há mal algum em querer adquirir uma vida mais plena. Sua identidade seria apenas reforçada com tais bens e o seu “eu”, multiplicado! Teu, seu, eu... palavras estas que resumem o mundo atual. Esta ideologia individualista é imediatista e superficial, ao incorporá-la passamos a ver o mundo conforme a nossa imagem e semelhança, repelindo portanto, o que não nos agrada. Tudo é de fácil alcance, a satisfação é imediata e as relações, descartáveis... O mercado controla as individualidades – sob a aparência da originalidade e autenticidade de cada um todos são originais fazendo, comprando e servindo-se das mesmas coisas! – por meio do consumo. Essas benesses que a sociedade oferece moldam o consumidor, criando um vínculo de dependência e suprindo ilusoriamente suas ausências. Tudo o que atende aos ideais, princípios e desejos pessoais é bem-vindo; isto se chama narcisismo. O narciso não quer saber de nada que lhe seja diferente, portanto reduz o outro a si mesmo, sem compreendê-lo no que ele tem de diferente. O autocentrismo é incorporado e a alteridade é repelida. O principal culpado por isso somos nós que achamos feio o que não é espelho; temos a necessidade de projetar a nossa imagem em tudo. A publicidade apenas atende tais expectativas, refletindo a realidade.
1 Comments:
Amanhã vc faz 1 ano na blogosfera. Parabéns!
Post a Comment
<< Home